O olho de sol y sombra
o gosto de sal y sono
o porte de sorte nômade,
passo pro norte o sul
pras dunas de areia e sangue
estanco na veia o corte
correndo na pressa, apanho
a raiva que às vezes morde
E a frase tropeça frágil
no avesso (que então dá certo)
e põe-se cansar do acaso
e do resto do vasto (uni)verso
- e acata a branda catarse
do berço do véu da fome
(me empresta um pouco teu nome?
devolvo assim que puder)
a breve vagante sílaba
(ao passo que afaga a língua)
se esconde, arredia e vinga-se.
extinta, vazia, atroz.
e eu nem mesmo disse um pio
e eu nem mesmo ouvi tua voz.
a força desse ditongo
é a forca de todos nós.
Comentários
Postar um comentário