Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2010

improviso

sua boca é um pedido de luxúria de pé junto e mão dada essa boca contornada com linha amena uma cena de cinema um beijo de teatro eu fico de quatro comendo na mão da sua boca eu fico com pena de quem nunca te experimentou
Te vi partindo com um rebolado Tinindo Trincando Ai, não me provoca assim que amar já é ruim Desejo, então Nem se fala Esse medo lindo de ser rejeitado Essa paixão torta que a noite cala A,i meu Deusinho do céu não me deixa embasbacada que eu me acanho a cada olhada! Te vi cantando um samba-canção Queria tanto que fosse pra mim.

Epopéia II

I Eu deixo cair no chão o resto da cinza de cigarro II Eu deixo a mochila no carro e corro prum canto vazio, com grama, sem gente Eu quero ficar frente a frente com a minha cabeça e eu quero que cresça essa Poesia dentro de mim e que permaneça III Eu deixo você me amar sem pedir nada em troca Eu deixo e você provoca até eu franzir a testa cabou a festa, me solta e volta, e toca, e chega Derreto que nem manteiga e reclamo porque te amo E pergunto por que te chamo sempre assim, do nada IV Decido que estou cansada V Eu deixo cair o sol agora porque eu sei que ele se levanta em algum momento enquanto eu tento dormir Mal vejo a hora de partir de dizer adeus à Realidade de dizer a Deus dessa cidade que me limita porque acha que o diferente é perigo coisa do Inimigo, sei lá como se diz VI Eu deixo você feliz eu sei que sim, eu sei que sempre que você se chateia, vai pro meu jardim a arranca as flores como para mostrar as sete cores trancadas a sete chaves nesse teu peito Porque não é todo mun

mostra a sua cara

olhando a bandeira me vem a vontade de estar com o pé descalço na calçada de Copacabana e eu nem sei direito o que tem Copacabana além de mar e areia Mas eu olho pra bandeira e o mar me chama pra cantar uma bossa e comer um pastel em qualquer canto sujo E jogar conversa fora com o moço da feira e eu nem sei onde fica a feira mas eu olho pra bandeira e invento tudo isso mesmo sendo besteira

janela

a gente espia por trás do espelho a mulher vesga de vermelho pra melhorar o dia amargo, saboreando cada lado do reflexo, do embaçado, do seio preso ao coração bordado

aniversário

conversa fiada, jogada fora costurada a fio de memória corta quebra o gelo apelo torto: simpatia um sorriso amarelo um fio de cabelo branco é um ode à idade: 18 anos de felicidade, de alegria e fisioterapia

fiação

eu sento na cadeira de plástico, um monte de fio no joelho - a menina me encara do espelho aqui permaneço, calada pensando em quase tudo ou em quase nada devaneio mudo mente viajada a mão trêmula do moço e o rosto cansado me pegam de surpresa exalam beleza (por essa eu não esperava) fala com quem quiser ouvir eu ouço, mas ele não sabe o moço se abre abre o peito, o coração e a mão, a mão segura seu próprio peso a mão escura do velho preso acena para mim

almofada

mas eu não consigo entender, alguém me explica essa noite insone sem razão aparente deixo o corpo padecer nessa cama dura essa noite escura e um frio quente queimando o pé e eu não sei o que me deixa assim esse medo em mim de perder os sonhos quando enfim dormir? de acordar no fim da imaginação? mas eu não consigo entender esse meu jeito de ser sem saber quem sou e sem fazer questão de saber
eu quero ver o sol atrás das nuvens de concreto eu quero o riso inquieto da fotossíntese - escuta só o som dessa cidade colorida - eu quero vida; mesmo que doida, mesmo que doída, eu quero é vida
meu quarto é minha casa e minha casa é minha cidade e por assim vai mas o mundo - eu estive pensando - o mundo é o meu quarto de janela aberta pra você entrar voando

Epopéia

I Eu quero te conhecer Olhar você no olho E saber o que te atordoa Olhar você na boca e sentir seus vícios E depois disso te reconhecer na rua cantando um verso bobo que inventamos de noite Saber seus nãos, mas principalmente seus sims II Quero me enfiar entre os seus braços Seguir teus passos Saber o que dizer quando seu sorriso mudo invadir o meu olhar III Quero quebrar um verso que já não sei da Poesia Concreta Quero poesia pra eu moldar Esse teu rosto liso esse teu riso farto, Seu gosto ontem de tarde no quarto Esse seu Tudo, nem ele me sacia Não canso de ver tua boca mansa, teu olho puro feito Criança Feito no escuro Quando o tato é o único meio de encontrar O chão IV Quero te esquecer de leve durante o almoço em família Pra te lembrar com força sozinha no quarto Antes da nuvem apagar a última Estrela Antes da chuva cair E te querer ali Sem me molhar com lágrima de céu V Quero estender a mão num impulso pra descobrir onde desliga a lâmpada E encontrar você Iluminando Tudo que eu