I Eu deixo cair no chão o resto da cinza de cigarro II Eu deixo a mochila no carro e corro prum canto vazio, com grama, sem gente Eu quero ficar frente a frente com a minha cabeça e eu quero que cresça essa Poesia dentro de mim e que permaneça III Eu deixo você me amar sem pedir nada em troca Eu deixo e você provoca até eu franzir a testa cabou a festa, me solta e volta, e toca, e chega Derreto que nem manteiga e reclamo porque te amo E pergunto por que te chamo sempre assim, do nada IV Decido que estou cansada V Eu deixo cair o sol agora porque eu sei que ele se levanta em algum momento enquanto eu tento dormir Mal vejo a hora de partir de dizer adeus à Realidade de dizer a Deus dessa cidade que me limita porque acha que o diferente é perigo coisa do Inimigo, sei lá como se diz VI Eu deixo você feliz eu sei que sim, eu sei que sempre que você se chateia, vai pro meu jardim a arranca as flores como para mostrar as sete cores trancadas a sete chaves nesse teu peito Porque não é todo mun