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Mostrando postagens de fevereiro, 2012
envolta num nó, a corda desliza, acorda, desliga. sob o véu de sal e o céu de sol a pele sadia transpira, perene. levanta, pedala exala o cheiro, corre e canta, passante e só. desfaz o laço. desata o nó.

a maré

ai, o amor é um pedaço de céu que caiu do universo um verso tímido e latente que inebria o órgão vital. o amor é mu(n)do e enxerga como quem vê luz primeira do dia nascido. é um vento maluco, amordaça bocas males lágrimas e medos o amor são dois segredos: ...

coisa nenhuma

escrevo o constante contorno de quando os passos perdem o som e o sono avança nas pálpebras pesadas perenes lembranças a memória a herança uma história, estrada genética gentil me afaga como quando um rio desaguasse nos pêlos de ondas vagas nas contas dum colar e a saga continua em nuances e matizes e texturas e estragos: gástricos refluxos rios mares lagos gosto salgado de algas de algum lugar matas florestas que se entranham nas arestas dum corpo um pouco parco mutilado - guerras frias e noites brancas relevo: andante adorno perdura e se instala no timbre macio no cheiro morno e vazio da sala de estar solto esqueço o prato no forno forneço-lhe lágrimas tortas fechamos as portas e abrimos os braços bradamos delitos somamos espaços permeia meus poros e veias atiça faíscas em mim rasbica traços com passos e dedos me arranha segredos nas costas o fruto do vosso ventre, perdido entre aspas e nós trepida como bandeira apruma como leve pluma ama, cura e cresce simples e suave, me amadurece.

angústia

fala entupida cala meus medos e deixa o silêncio denso. penso bem passo mal a sala vazia - ninguém sonhando. uma enchente de gente sentada. sente só tudo junto: o nada nada braçadas breves de leve pluma (- suave coisa? - nenhuma.) e o medo cresce e o dedo desce desconsertando meus cortes rasos. a pele é mel a língua é tinta acaba, pouca arrasta, gasta amansa, solta e, seca, grita: - o silêncio me habi(li)ta.