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às vezes o coração que dorme levanta
escala a garganta coas garra afiada
e sai pela boca e eu não digo nada e
me chamam de louca eu fico calada
os calo na mão, a garganta inflamada,
a má dicção, a fala embolada
às vezes eu acho que fico engasgada
com tanta emoção que encontro a troco de nada
eu não sei se tô louca e se louca é ruim
eu tô rouca de voz e tô fora de mim
mas às vezes é certo sentir-se acuada
que é tanto estilhaço que surge na estrada
vou catando graveto com a mão
e poeira com a sola do pé
e um dia ainda dirão
que o sujeito mais são
é o louco que anda com fé

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amor-te

eu passo o passado pra outra medida trancada num fardo de fera e ferida de fato, a vida é a morte esquecida o desejo de volta é o desejo de ida. meu passo é pesado na outra medida não grita nem cala apenas valida a parte da fala que foi corroída: te pertenço morta te pertenço viva. "A nossa  vida  é a mesma coisa que a  morte  -  n'outra medida ." - Cecília Meireles

desp(ed)ida

os estrondos estão prontos para estourar estalos tontos tanto que nos calamos em sussurros, respiros sorrisos, vícios pontilhismo impressionista que a gente precisa em metonímia acasos, pancadas, socos, chutes, um livro de poesia min(h)a - duas taças de argentino troglodita floral sou xiita de amor tal que tardo no retorno ao morno ninho ao murmurinho do meu endereço porque o fogo etílico da cafeína me ensinou - em sina a compensar com pesar uma ausência inata de flores no meu jardim de ímãs na minha geladeira