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Oi, eu quero ser sua

Só sua:
cantar serenatas e escrever cartas
e cativar um sorriso espontâneo (esse sim presta) no seu rosto

E conhecer sua mãe
não importa quando onde ou como

Eu quero mexer no seu cabelo
tirar farelo da sua boca enquanto você come
te cutucar quando você estiver adormecendo durante a aula
te cutucar quando você estiver adormecendo durante a noite e eu não conseguir dormir porque tenho medo de te perder

Pra você me abraçar e beijar minha testa.
Dizer "medo, sua babaca? Tenha medo é de eu te prender aqui pra sempre!"

Eu quero fazer comida pra você e ouvir de volta que ficou bom
ou que você não gosta de rúcula. E tomar daquele vinho barato com gosto de azeitona cuja garrafa você virou numa noite entediante, enquanto escutava àquela música, "Burguesinha", do Seu Jorge

E te convencer a jogar baralho mesmo você achando um saco,
falar que te dou um beijo pra cada carta de copas que você baixar pra mim

Eu quero receber os seus recados do outro lado desse mundo miúdo
e me surpreender
constante
mente

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às vezes o coração que dorme levanta escala a garganta coas garra afiada e sai pela boca e eu não digo nada e me chamam de louca eu fico calada os calo na mão, a garganta inflamada, a má dicção, a fala embolada às vezes eu acho que fico engasgada com tanta emoção que encontro a troco de nada eu não sei se tô louca e se louca é ruim eu tô rouca de voz e tô fora de mim mas às vezes é certo sentir-se acuada que é tanto estilhaço que surge na estrada vou catando graveto com a mão e poeira com a sola do pé e um dia ainda dirão que o sujeito mais são é o louco que anda com fé

amor-te

eu passo o passado pra outra medida trancada num fardo de fera e ferida de fato, a vida é a morte esquecida o desejo de volta é o desejo de ida. meu passo é pesado na outra medida não grita nem cala apenas valida a parte da fala que foi corroída: te pertenço morta te pertenço viva. "A nossa  vida  é a mesma coisa que a  morte  -  n'outra medida ." - Cecília Meireles

desp(ed)ida

os estrondos estão prontos para estourar estalos tontos tanto que nos calamos em sussurros, respiros sorrisos, vícios pontilhismo impressionista que a gente precisa em metonímia acasos, pancadas, socos, chutes, um livro de poesia min(h)a - duas taças de argentino troglodita floral sou xiita de amor tal que tardo no retorno ao morno ninho ao murmurinho do meu endereço porque o fogo etílico da cafeína me ensinou - em sina a compensar com pesar uma ausência inata de flores no meu jardim de ímãs na minha geladeira