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hipoteticamente

Se eu pudesse mesmo,
eu te dava o mundo
dentro duma caixa
que eu embrulharia em papel vermelho
com um laço de fita azul

Eu te dava um beijo de leve
e levava flores de todas as cores
pra você de noite
quando o sol se cala
e a lua exala sua ternura
numa nota só

Se eu mesmo pudesse,
eu cantava um Sol
sustenido maior que qualquer paixão
e quebrava o chão em mil pedaços
de passos dados
em rumo a um amor descalço

Se eu soubesse d'onde a chuva desce,
eu pedia pra eles
que cada gota derramada
fosse em função da tua sede
e que a Casa tenha parede
pra gente deitar
(e não dormir) na rede

Comentários

  1. ô que lindoooo! *-*

    em especial estes versos:
    'e quebrava o chão em mil pedaços
    de passos dados
    em rumo a um amor descalço'

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  2. Faz tempo q não passo por aqui mas li tudo o que perdi...e sempre saio daqui inspiradíssimo com um sorriso dizendo:"essa guria é f*!"(desculpe o palavrão, não encontrei palavra melhor...rs!)

    Denis JH

    ResponderExcluir

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às vezes o coração que dorme levanta escala a garganta coas garra afiada e sai pela boca e eu não digo nada e me chamam de louca eu fico calada os calo na mão, a garganta inflamada, a má dicção, a fala embolada às vezes eu acho que fico engasgada com tanta emoção que encontro a troco de nada eu não sei se tô louca e se louca é ruim eu tô rouca de voz e tô fora de mim mas às vezes é certo sentir-se acuada que é tanto estilhaço que surge na estrada vou catando graveto com a mão e poeira com a sola do pé e um dia ainda dirão que o sujeito mais são é o louco que anda com fé

amor-te

eu passo o passado pra outra medida trancada num fardo de fera e ferida de fato, a vida é a morte esquecida o desejo de volta é o desejo de ida. meu passo é pesado na outra medida não grita nem cala apenas valida a parte da fala que foi corroída: te pertenço morta te pertenço viva. "A nossa  vida  é a mesma coisa que a  morte  -  n'outra medida ." - Cecília Meireles

desp(ed)ida

os estrondos estão prontos para estourar estalos tontos tanto que nos calamos em sussurros, respiros sorrisos, vícios pontilhismo impressionista que a gente precisa em metonímia acasos, pancadas, socos, chutes, um livro de poesia min(h)a - duas taças de argentino troglodita floral sou xiita de amor tal que tardo no retorno ao morno ninho ao murmurinho do meu endereço porque o fogo etílico da cafeína me ensinou - em sina a compensar com pesar uma ausência inata de flores no meu jardim de ímãs na minha geladeira